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A bíblia utiliza muitas figuras de linguagem, especialmente metáforas e símiles, para expressar princípios espirituais. Um exemplo é a comparação entre o justo e a árvore.
“Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará. Não são assim os ímpios, mas são como a palha que o vento dispersa.” Salmos 1.3-4.
Em muitos outros textos, a árvore é usada como ilustração:
Vamos examinar algumas características que a tornam uma figura tão interessante.
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O cedro é uma das árvores mais imponentes. É símbolo de força e eternidade.
O cedro não depende da chuva, pois suas
Nos tempos bíblicos, sua madeira era usada para construir casas (Ct.1.17),
O salmista disse que o justo é como o cedro do Líbano.
Cairão mil ao nosso lado e dez mil à nossa direita (Sl.91.7),
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AS RAÍZES - SUA “INVISIBILIDADE” E IMPORTÂNCIA
Quando a semente germina, ocorre um crescimento para cima
Nossa vida não pode ser apenas algo exterior, mas interior. A raiz garante firmeza, nutrição e sobrevivência para a planta (Is.40.24).
Muitas vezes, enfatizamos o que a árvore produz, o fruto, mas nos esquecemos das raízes. Nos mais variados aspectos da nossa vida, valorizamos mais o que é aparente e menosprezamos o que está oculto.
O fruto é muito importante, mas a sua falta pode indicar um problema na raiz. Estamos muito preocupados com as aparências, com aquilo que pode ser visto e admirado pelos homens.
Entretanto, nossas raízes são valores e práticas vistas apenas por Deus. Estão abaixo da superfície e precisam ser cultivadas com atenção e cuidado.
Se não for assim, corremos o risco de cair, pois o peso exterior não terá sustentação interior.
Jesus disse que os fariseus valorizavam muito as orações,
Uma vida de dedicação íntima a Deus é uma forma de cultivar raízes espirituais. As orações em público são válidas e importantes, mas podem também ser falsas.
Quem ora sozinho, dentro de seu quarto, provavelmente o fará com sinceridade de coração.
Muitos querem apenas bênçãos visíveis, materiais, mas não buscam virtudes espirituais que lhes trariam firmeza.
O exterior é importante, mas o interior é imprescindível.
Tronco, galhos, folhas, flores e frutos, se forem cortados, podem renascer a partir da raiz.
Se esta, porém, for arrancada e morrer, será o fim para a árvore.
Será que o nosso cristianismo se resume ao que fazemos no templo? Se for assim, nossas raízes estão comprometidas ou, talvez, nem existam.
Nossa vida cristã é superficial ou profunda?
O exterior depende do interior (Mt.13.5-6,20,21; Os.9.16). A falta de raiz leva à morte, conforme observamos nas palavras de Jesus:
“E os que estão sobre pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria, mas, como não têm raiz, apenas crêem por algum tempo, e no tempo da tentação se desviam” Lc.8.13.
Aquela semente caiu entre as pedras, onde havia pouca terra. Brotou rapidamente, mas, por falta de raízes, morreu sob o calor do sol. Jesus disse que tais pessoas “crêem por algum tempo”. São “crentes provisórios”. Não têm raízes.
Este é o caso daqueles que freqüentam a igreja durante algum tempo e depois desaparecem. O texto de Lucas nos mostra que há dois momentos na caminhada com Cristo: alegria e tribulação.
Precisamos ter consciência disso. Devemos conhecer tal possibilidade, pois o conhecimento também é um tipo de raiz que nos manterá de pé. Aqueles que esperam apenas momentos de alegria se decepcionam com o evangelho e o abandonam.
O dia da tentação e tribulação traz o teste para a raiz do servo de Deus. É nessa hora que manifestamos o que somos intimamente. O vento e a tempestade nos atingirão inevitavelmente. Então veremos o que existe em nós abaixo da superfície.
A primavera é a estação mais favorável para as plantas. Contudo, não há como impedir que venha o inverno. No hemisfério norte, onde a estação fria é muito rigorosa, as árvores perdem toda a sua beleza por causa da geada e da neve. Ficam com aspecto de destruição completa. Não têm folhas, não tem flores nem frutos. Não lhes resta nem mesmo um aspecto agradável ou saudável. Parecem mortas.
Contudo, sob o solo gelado, suas raízes permanecem vivas, garantindo que, na próxima estação, a árvore esteja viva, forte, bela e produtiva.
“Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda torne a brotar, e que não cessem os seus renovos. Ainda que envelheça a sua raiz na terra, e morra o seu tronco no pó, contudo ao cheiro das águas brotará, e lançará ramos como uma planta nova” Jó 14.7-9.
Quando Jó falou sobre a árvore, estava falando sobre sua própria vida (Jó 29.19). Ele havia perdido quase tudo o que possuía.
As bênçãos materiais se foram.
Ele se tornou como a árvore devastada e destruída, porém sobrevivente por causa de suas raízes.
A tribulação veio sobre Jó para testá-lo.
Contudo, suas raízes estavam firmes em Deus.
Por isso, ele pôde brotar novamente, como se lê no capítulo 42.
Deus pode permitir que percamos o que é aparente.
Ficará apenas o que é interior. É nessa hora que conhecemos o verdadeiro cristão,
ao vê-lo permanecendo firme pela fé.
O falso se escandaliza, blasfema contra o Senhor e se desvia do evangelho.
Continua...
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