sexta-feira, 22 de maio de 2009

Mananciais de Deus...

Os aflitos e necessitados buscam águas,

e não as há, e a sua língua se seca de sede; mas eu, o Senhor, os ouvirei, eu, o Deus de Israel, não os desampararei. Abrirei rios nos altos desnudos e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em açudes de águas e a terra seca, em mananciais. (Is 41.17-18.)

Como é preciosa a água para quem tem sede! Que prazer existe em um banho refrescante num dia de calor! O salmista declara que a sua alma anseia por Deus com a mesma intensidade que as corças suspiram por águas. Assim também é a nossa alma. Somos tão iguais nessa carência de Deus! Somos aflitos e necessitados dos mananciais do Senhor. E buscamos as águas, sedentos, mas muitos não as encontram e continuam com suas línguas secas. A ansiedade traz confusão e deixa as pessoas sem rumo. Perdidas, aflitas, cada uma procura as próprias águas. E continuam morrendo de sede. Esquecem-se de que existe um manancial de águas cristalinas que nunca seca.Certa vez eu tinha um enorme problema para resolver e me vi completamente “sem chão”. Orei, é verdade, mas me pus a imaginar as maneiras prováveis de solução. Pensei, pensei e resolvi tomar algumas atitudes; afinal eu não poderia ficar parada. Durante muitos dias eu investi meu tempo e minha energia em busca das soluções que eu imaginara. Que tola eu fui! Desgastada, cansada de tanto “correr atrás do vento”, assentei-me e chorei. Chorei muito. Minhas primeiras lágrimas foram de desgosto e, porque não dizer, de revolta. Entre soluços, aquietei-me e pensei como o salmista: “De onde me virá o socorro?” Lembrei-me, então, que há alguns dias eu havia pedido a Deus que interviesse na minha causa. Senti vergonha de Deus. Sem querer eu dissera a ele: “O Senhor está demorando demais. Vou tentar do meu jeito.” Quando tive esse discernimento, pude novamente recorrer àquele que apesar de mim, não me desamparara. Os problemas pelos quais quase me ensandeci, agora estavam onde deveriam estar desde o princípio: diante do Pai. De novo, e agora consciente da minha total incapacidade para resolvê-los sem o Pai, pude derramar as lágrimas de fé, que podem gera vida onde há morte; alegria onde há tristeza. Nossas lágrimas só valem a pena quando elas são fruto de nossa total confiança em Deus.Parece tão fácil confiar neste Deus, que nunca nos desampara, que está sempre com os braços abertos para nos acolher. Mas também com que rapidez largamos esses braços fortes para andar por caminhos que nós mesmos escolhemos – caminhos de morte. Para nossa felicidade, Deus continua fiel, mesmo quando não somos. Aprendi muito com as minhas experiências com o Senhor, não só nas alegrias, mas também nas tristezas, quando eu ia na minha própria força. Aprendi que tenho de ir na força do meu Senhor, porque só ele tem a resposta certa para todas as minhas necessidades.Nunca abandone os braços seguros de Deus, mas principalmente quando você estiver passando por uma situação difícil, lembre-se de que não está só. Muitas vezes o Senhor nos permite um tempo de silêncio, e nesses momentos devemos orar e crer. Não uma oração aflita de um coração ansioso. Mas a prece de um coração descansado, apesar da tormenta. Quando oramos devemos declarar: “Eu confio no Senhor!” Por mais dura que seja a sua luta, nunca pense que ele não ouvirá o seu clamor, que pode até, ser mudo! Também não pense que o seu problema é insignificante demais para que Deus se interesse por ele. Você é amado do Pai! Sei que em certas situações as palavras parecem perder o “peso”, e você até pense: “Ah... Venha estar no meu lugar!” Porém, nosso problema é único, porque o rio que eu atravesso pelos joelhos pode encobrir sua cabeça ou as águas que não alcançam os seus tornozelos podem me afogar. Não medimos problemas, mas podemos crer que Deus os tem todos sob controle.Deus pode abrir rios de paz nas montanhas dos nossos problemas; só ele cria fontes de alegria nos vales da nossa tristeza; só ele transforma os desertos da nossa alma em açudes de vida abundante; só o Senhor pode converter a terra seca do nosso coração em mananciais de vida eterna.Não aprendemos isso de um dia para o outro. A nossa intimidade com Deus, principalmente nos vales da sombra da morte é que vai consolidar a nossa fé, a nossa confiança nele, seja na alegria ou na dor. Se você ainda não alcançou esse nível de confiança, não se sinta menor ou sem esperança, porque Deus nos dá uma nova chance a cada dia. As suas misericórdias nos livram de sermos consumidos. Desenvolva essa amizade com o Senhor, e você experimentará a paz que excede ao entendimento humano, a que nos coloca a salvo na tempestade, na fenda da rocha.Não digo que alcancei essa plenitude e que nunca me vejo ansiosa, mas eu dou um passo de fé a cada dia, almejando mergulhar nos mananciais de Deus.Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus [...] mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. (Filipenses 3.12-14.)
Por: Jussara Costa

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